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Comunicação e Cerradania para um amanhã que não está à venda

Mesa de abertura do Intercom promove reflexão sobre a comunicação a partir das perspectivas das mulheres, dos povos tradicionais e do Cerrado

Texto: Júlia Amorim (estudante de relações públicas sob orientação da professora Mariza Fernandes)

A programação de mesas temáticas do Intercom CO 2024 começou nesta quarta-feira (5) com uma discussão sobre comunicação na região centro-oeste a partir de uma perspectiva de enfrentamento ao epistemicídio, propondo a imaginação de um novo espaço acadêmico. 

Com mediação da Professora Dra. Luciene Dias, professora da UFG e Doutora em Antropologia (Laboratório Pindoba / FIC / UFG), a atividade teve como conferencistas a Dra. Maiara Dourado, jornalista e antropóloga (Conselho Indigenista Missionário - CIMI) e a Dra. Naira Rosana Dias da Silva, artista visual, professora do IFG e doutora em arte e cultura visual. 

Mulheres goianas fazendo cinema

A professora Naira iniciou a discussão apresentando resultados de sua tese de doutorado em arte e cultura visual, intitulada “Mulheres que dirigem filmes em Goiás”. A partir de suas próprias experiências, dados científicos e pesquisa, Naira citou uma série de filmes goianos dirigidos por mulheres goianas e também levou informações sobre o meio cinematográfico local e pautas essenciais de raça, classe e gênero. 

Mesa de abertura: Comunicação e Cerradania para um amanhã que não está à venda

A pesquisadora apresentou dados impressionantes que exemplificam a pouca representatividade de diretoras goianas, especialmente mulheres pobres, trans, pretas e indígenas. Por fim, homenageou diversas diretoras goianas, citando o nome completo de cada uma delas.   

Comunicação e movimentos sociais

Maiara Dourado, jornalista e pesquisadora, apresentou a ideia de pensar a prática da pesquisa e da comunicação em um lugar de fronteira com os povos do cerrado, que mobilizam lutas em defesa de suas terras e território. Maiara desenvolve pesquisas junto aos movimentos sociais, em especial o Conselho Indigenista Missionário (CIMI). A conferencista relatou que o interesse pelo tema foi despertado a partir de suas experiências no Coletivo Magnífica Mundi, laboratório de Jornalismo compartilhado da FIC/UFG, onde cursou jornalismo. 

A jornalista enfatizou a importância do(a) profissional de Comunicação presente, sendo necessários a escuta, a participação, o vínculo e a confiança, especialmente em movimentos sociais. Logo, é preciso entender a luta não como pauta e sim como causa de todos. O debate foi encerrado com relatos de jornalistas de diferentes universidades brasileiras e homenagens às debatedoras. 

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